Passar dos 50 anos é muito bom, avisou a atriz norte americana Jane Fonda, que completa 75 em 21 de dezembro. Vestindo um terno branco impecável e poucas joias, ela deu o recado aos mais jovens: "não tenham medo de envelhecer". O segredo, segundo ela, é não perder a curiosidade. "A gente não pode perder o brilho nos olhos e o interesse em descobrir tudo. É aí que está o prazer de viver", disse Jane, que aconselha as pessoas a se exercitarem sempre e, principalmente, zelar pela qualidade dos alimentos que consome. A atriz está no Brasil para promover o livro "O melhor momento: aproveitando ao máximo toda a sua vida", recém lançado pela editora Paralela, e também participar do VII Fórum da Longevidade, realizado ontem pela Bradesco Seguros, em São Paulo. "A minha experiência é que, após os 50, a vida fica melhor. As pessoas se tornam mais sábias e menos estressadas", afirmou a estrela norte americana. Antes de Jane falar sobre suas pesquisas para escrever o novo livro, a diva dos palcos brasileiros, Bibi Ferreira, que continua atuando aos 90 anos, fez um pocket show. "Agradeço à minha saúde. É com ela que eu consigo estar aqui de pé e com a cabeça muito boa", afirmou antes de começar a cantar.
VIDA LONGA
Bibi e Jane são exemplos clássicos de pessoas que envelhecem com saúde e alta produtividade. Entre 1960 e 2010, a expectativa de vida do brasileiro cresceu 25,4 anos, de acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Essa mudança foi um dos temas abordados durante o seminário pelo professor de Economia e Demografia da Universidade Harvard, David Bloom. Ele fez um alerta de que a população brasileira, em seu conjunto, está envelhecendo muito rapidamente e um dos desafios do governo e das empresas é garantir um futuro tranquilo para essas pessoas. "Todo trabalhador de hoje é um ativo e todo ativo precisa ser bem gerenciado", afirmou o especialista, que destacou que a participação dos idosos na economia brasileira tende a crescer. Em 2007, de acordo com Bloom, os gastos dos idosos brasileiros eram cerca de R$ 200 bilhões. Atualmente, é mais do que o dobro. "Hoje, a população mais velha concentra cerca de 20% do PIB (Produto Interno Bruto, soma de todas as riquezas produzidas) brasileiro. Em poucos anos, será como é hoje nos Estados Unidos, acima de 50%", disse. Fotos de Marcos Ribas.